terça-feira, agosto 22, 2006

A bela e a Fera.

Um texto assinado pela fera.

O absoluto compasso desenha traços ainda confusos e rabiscados por lindas e delicadas mãos.
Um sorriso contagioso nos incentiva á acreditar na ilusão daqueles círculos.
Quando o desenho toma forma - já amadurecida por tantos ensinos, tantos amores, tantos sorrisos – nos mostra algo completamente do que imaginei ser no inicio.

O desenho da bela para os olhos de uma fera, é possível existir algo a mais? A fera pensa que não, a nossa história só tem um lado; o lado do não. Rousseau disse que só o homem é susceptível de se tornar imbecil. Será que o imbecil é susceptível de se tornar homem?

Os olhos da fera enganam, mal sabem que dentro deles existem o sonho de muitas sobre a felicidade que pode ser encontrada ao se aliar a outrem.

A fera não consegue distinguir muito bem os traços, nem os desenhos, a fera mal consegue segurar em suas mãos aquelas finas linhas, tornando-se o motivo do riso. Envergonhando-se reclusa ao próprio casulo, lá onde pode se esconder do sol, onde se ouve apenas o vento gelado murmurando. É lá que a fera lembra do que aconteceu e, do que irá continuar a acontecer. Talvez falte apenas uma chance para que a fera mostre o seu interior.

Mas as feras assustam, as pessoas se sentem intimidadas. Têm medo. A fera enquanto longe, não próxima, é quase um lindo felino, quanto perto, todos repudiam a fera. A fera não tem como fingir que não vê por mais que seja fácil fugir da sua realidade.

Os olhos da fera tudo vêem. Tudo sentem. Tudo absorvem. Enquanto a fera sorri, os seus olhos não negam a verdade, a verdade que tudo não pode ser como deveria ser.

A fera é o fracasso dos grandes homens, ou, o sucesso dos piores.

Aos olhos da fera, A bela não ama os brutos, apenas os brutos amam as belas.

E qual é o final dessa história?

Enquanto a fera ainda suspeita de seu fim, talvez, já decretado pelas circunstâncias – enquanto esperamos o inevitável fim, que porquanto ainda é abstrato, esta fera, ainda pode sonhar com a bela.

From the beast, to the Beauty… “ubi societas, ibi jus”

\------/ Para os leitores que minha mente criará, agradeço por me visitar.

Abraços

Paulo André.