segunda-feira, janeiro 30, 2006

Lágrimas não voltam.

Lágrimas não voltam.

Antes de dormir, na minha reflexão diária, vi algumas lágrimas cair. Pensando naqueles que já foram e nos que ainda irão. Pensando em biografias minhas póstumas ou até mesmo comentários. Saudades de quem partiu, saudades de pessoas que vejo quase todos os dias.

Se eu pudesse voltar no tempo, clamaria por conselhos de meu avô cuja vida lhe deu uma promoção. Tão inteligente, tão respeitado e não consegui pegar muito disto, não consegui conhecer quem ele foi. Minhas memórias: um avô que me dava presentes e que certa vez montou castelos de areia comigo.

Será que também não poderei falar das minhas experiências de vida para os meus netos? Ou será que um dia me faltaram conselhos, que daria a vida para ter? Eu amo muito e se sofro com a vida, imagine com as pessoas que daqui uns anos não estarão mais comigo.

Lembro de um amigo que já se foi, alguns dias antes brincando comigo falou: vamos nos divertir muito na próxima viagem. E essa viagem nunca se fez. O que pensar e o que irei deixar para trás? Será que um dia qualquer partirei e deixarei promessas que jamais cumprirei? Mesmo sendo um homem de palavra me questiono sobre os limites.

Queria viver com mais intensidade, mas sempre que planejo e vou avante me sinto barrado. Queria nunca escrever, pois escrever pra mim é uma forma de gritar o que sinto de dor e até mesmo de nojo. Queria dizer eu te amo para todas as pessoas, e todas pessoas pensariam que eu sou louco. Queria que ninguém morresse hoje.

Queria que todos fossem felizes mesmo que eu fosse o único infeliz, para mim a felicidade estaria em ver os outros felizes. Queria acordar ouvindo o celular tocar e queria dormir enrolando pra dizer tchau preciso dormir. Se eu pudesse viveria a cada segundo ao lado de alguém que eu gosto, para que quando algum de nós não estiver mais aqui não faltem lembranças...

Meu Deus, essas lagrimas nunca voltaram. Elas são como as pessoas que vão, nem sempre para outro degrau, mas que passam por nós e nos deixam com aquela sensação de tristeza. Já chorei de alegria, e sei que essas lágrimas também não voltaram. É triste às vezes ler este texto, pensar que não fiz um terço do que era pra ser feito.

Uma lágrima que se vai, levando consigo um Paulo André que se sente incapaz, sou tão pequeno para este mundo e tenho um coração tão grande que não desperta interesse em ninguém. Para muitos parece ser como procurar água no universo, se soubessem que na verdade seria como procurar água nos oceanos.

Estas lágrimas não voltaram, nem os minutos que se passaram, nem os pensamentos que gostaria que fossem realizados. Acordar todo dia, e ver que sou tão pequeno é deprimente, queria ser um grande herói. Mesmo que fosse para uma criança qualquer, queria ser um grande homem. Queria ser um príncipe amado, um rei respeitado, mas sou só um cidadão do mundo fazendo a minha parte. Sinto-me incapaz sim, mas jamais deixarei de fazer o que faço.

Por mais que o meu amor seja negado, é preciso tentar. E com isso muitas lágrimas irão aparecer e jamais voltaram. Por mais que me sinta enfraquecido é preciso criar alicerces, talvez, não pra mim, mas se as bases forem construídas... Alguém capaz irá construir um grande reinado sobre elas.

Vou dormir pensando que tudo poderia ser diferente e que quando eu acordasse ouviria uma ligação que não fosse de propaganda. Sou o primeiro humano, que realmente gostaria de ser despertado com uma ligação, mas uma ligação especial. E é por isso que ainda sonhamos, o dia em que perdermos o sonho, as lágrimas nunca mais voltaram a nos deixar. Elas irão permanecer inertes como nós, deitadas em um rosto silencioso no nosso futuro que um dia jaz de vir passado.

Paulo André e algumas gotas, o que é escrito com emoção: isto não volta em branco, se alguém um dia ler, não se esqueça de me incluir nas suas orações.

Eu Acredito!

Eu Acredito!

“Eu acredito na imparcialidade da revista semanal.”

Levando comigo a frase de Max Gonzaga em sua música Classe média, quero falar hoje sobre minha credibilidade na informação.

Eu acredito que a mídia é imparcial, eu acredito nas boas intenções da Fátima e dou boa noite ao Bonner. Minha opinião é formada por jornalistas da usp, unicamp, unip, uniandrade, e todos os u do Brasil. Afinal, eles são jornalistas!!! Eu acredito nas chamadas, pois elas falam uma coisa e quando vemos a noticia percebemos outra e isto é interessante, pois me ajuda a pensar.

A mídia e sua opinião regressa é o motivo para que minha vida seja assim tão informada. Não sou manipulado, eu só conheço um lado da história, e que obviamente é o verídico. Não me importa os limites da noticia eu as quero na rapidez da luz, que se exploda se for mentira o importante é não ter rabo preso. A mídia abre meus olhos, hoje eu já sei que a política externa no Taiti do meu país está indo de vento em poupa e acreditem tem gente que se preocupa com o que acontece neste bairro medíocre em que vivo. Mal sabem eles, que 450 assaltos em 2 semanas é normal em um mundo como o nosso! Para que se preocupar, quando podemos ler com uma rapidez tremenda que o nosso presidente visita parques ecológicos na suíça?

Papagaio, nós somos papagaios. Pronunciamos o que lemos, não verificamos a qualidade e a procedência. Temos em nossa mente um dispositivo qualificativo sem critérios que da critério ao que recebemos. Se saiu na Televisão ou na internet toda só pode ser verdade. Porque nós sabemos que ninguém precisa vender informação e que toda noticia é veiculada com o máximo de preocupação, só isso é verdade. A opinião regressa é a melhor forma para evolução. A maioria estuda a vida inteira para entender bem que a mídia é o melhor dispositivo pra entendermos como funciona a vida sexual de coalas ou a vida política do país.

E acreditem, eles também acreditam!!! Na nossa ignorância em receber tudo de mão beijada, o que eles falam, o que eles vendem. Os donos da opinião publica, sabem da importância da velocidade e que a ética só funciona para dar credibilidade ao falar da falta dela no senado.

E que continuemos a comprar os jornais e acreditar na imparcialidade da revista semanal. Não procuremos os erros, e jamais paremos para pensar e pesquisar a veracidade da informação. Não nos preocupemos em quem escreve as noticias para nós, afinal garanto que os RH dos grandes sites da internet recrutam os melhores apenas. E só pode ser um erro, quando vemos um crew de um site em que o pessoal que nos escreve e nos informa sobre o mundo, cursa apenas o primeiro grau. Para que serve os conceitos do segundo, terceiro grau, se jornalistas da USP vendem informação regressa. Por que me preocuparia com o que leio em portais de estudantes do fundamental?

Minha opinião não muda! Afinal, o que podem esperar de mim? Nasci para cumprir as etapas da vida, crescer reproduzir e morrer.


Paulo André Lau, o escritor, o indignado em mundo não chamado Brasil. Afinal, o que eu escrevi só acontece em marte.